sexta-feira, 9 de maio de 2008

terça-feira, 6 de maio de 2008

Ouro Verde Brasileiro - Cacau A nova linha da Ekos


Conheça a nova linha Clicando aqui »

O cacau já foi sinônimo de riqueza no Brasil. Tempos em que o fruto nascia debaixo das frondosas árvores da Mata Atlântica baiana, trazendo prosperidade para os coronéis da região e, acredite, ajudando a preservar a floresta.

Theobroma cacao, nome científico do cacaueiro, é originário da América Central e foi descoberto quando os conquistadores espanhóis chegaram ao México, no século XVI. Por lá a semente já era considerada o ouro dado pelos deuses. Os grãos de cacau serviam de moeda entre os maias, que preparavam uma bebida cerimonial, cujo consumo ficava restrito aos nobres e aos guerreiros: o xocolatl (água amarga) ou chocolate. A esta bebida eram atribuídas propriedades mágicas.
Benefícios do cacau


Manuscritos das épocas indígenas e coloniais recomendavam a bebida dos maias para melhorar a digestão e estimular o sistema nervoso, em casos de carência de energia ou muita exaustão e cansaço. Nos dias de hoje, o pó de suas sementes é utilizado para combater a pressão alta e a infusão de suas folhas tem uso popular para alguns males do corpo. Além disso, seu extrato induz a liberação de betaendorfina, responsável pela sensação de bem-estar.

Do processo de depuração das sementes obtém-se uma manteiga com propriedades altamente emolientes, que promove maior retenção de água, resultando em melhor hidratação e evitando o ressecamento da pele.


Uma história brasileira

No Brasil, o cacau foi cultivado primeiramente na Amazônia, de onde também é originário. No Pará, há registros de seu plantio, mas foi na Bahia que o fruto encontrou sua mais forte expressão e cultura, contada ao mundo inteiro por escritores como o nosso saudoso Jorge Amado. Atualmente a região produz cerca de 95% do cacau brasileiro. Somos responsáveis por 5% da produção mundial, sendo a Costa do Marfim o maior produtor do planeta, com aproximadamente 40%.



O cacau é um produto nobre e tradicional da agricultura brasileira e já teve diversas fases no Brasil. No final da década de 80, a economia cacaueira teve sua produção em queda devido a um fungo originário da Amazônia, conhecido como “Vassoura de Bruxa”. Este nome foi dado porque as folhas doentes apresentam um aspecto semelhante a uma vassoura de bruxa.

A praga se instalou de forma generalizada nas fazendas de cacau de toda região e redesenhou a paisagem local, nos aspectos econômicos e sociais. Os grandes coronéis da região faliram, fazendo surgir a agricultura familiar do cacau, hoje responsável pela maior parte da produção da semente. A cultura do cacau é considerada artesanal, pois necessita de mão-de-obra em todas as etapas de plantio e colheita até a entrega da amêndoa para a industrialização.

As árvores arbustivas do cacaueiro, que alcançam cerca de 6 metros, precisam da variação de sombra e sol para se desenvolver. Por isso, as grandes fazendas de Cacau mantiveram em pé as grandes árvores da Mata Atlântica, realizando o plantio debaixo delas. Isso fez com que a região cacaueira da Mata Atlântica se tornasse um ambiente com recordes em biodiversidade no planeta, com 476 diferentes espécies vegetais por hectare, registrados pelo Jardim Botânico de Nova York.

A Cabruca

Esse modo de cultivar o cacau é chamado de cabruca. Neste sistema agroflorestal retira-se os pequenos arbustos da mata e planta-se a espécie debaixo das grandes árvores. Cacau-cabruca é um termo regional empregado para caracterizar uma forma de plantio de cacauais utilizada na região Sudeste da Bahia.


Este sistema foi trazido há mais de 200 anos, por um grupo de migrantes e imigrantes vindos de regiões áridas do Nordeste e da Arábia, que enfrentaram desafios para se estabelecer agronomicamente numa região de floresta tropical virgem, habitada por tribos agressivas e animais selvagens.


Valorizando a exuberância do verde e a fartura dos recursos hídricos, implantaram a cacauicultura no sub-bosque da mata primária, promovendo um convívio harmônico e duradouro com a natureza.


Essa forma de plantio tornou-se um modelo agrícola que o tempo mostrou ser altamente eficiente, pois, além de gerar recursos financeiros, conservou a floresta tropical primária e exemplares arbóreos de inestimável valor para o conhecimento agronômico, florestal e ecológico. Com isso, a fauna e os recursos hídricos regionais também foram preservados, fazendo da região uma importante reserva de biodiversidade.

Foi esse o modelo de cultivo do cacau adotado pela cooperativa fornecedora da Natura, a CABRUCA - Cooperativa dos Produtores Orgânicos do Sul da Bahia. Pequenos, médios e grandes agricultores comprometem-se com a valorização da produção agroflorestal, associada à conservação da biodiversidade. Com sede em Ilhéus, no centro da região cacaueira da Bahia, a Cooperativa atende agricultores com propriedades localizadas no entorno de remanescentes da Mata Atlântica.


Todo o processo de produção e beneficiamento é orgânico, com certificação do IBD - Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural. Em 2005, a comercialização de cacau orgânico ultrapassou as 180 toneladas, passando a ser exportado para Itália e França. Hoje, os mercados buscam produtos com certificação de origem, agregando valor à produção com condições de mercado mais justo. Algo que, sem dúvida, nossos cacauicultores podem oferecer.